A consciência é uma coisa fodida. É aquela que sabe tudo, mesmo aquilo que não ousamos sequer dizer em voz alta a nós mesmos. É aquela com quem tentamos fazer as pazes antes de dormir, depois de meter o pé na argola. Quis o destino que não chegasse a tanto.
Penso nas últimas horas e o peito encolhe-se. Ia ter tantas brigas com ela. Ela ia vencer, mais tarde ou mais cedo (porque vence sempre). Ficou tomada a decisão certa, a de deixar tudo como está, a de viver o presente e só o presente, com olhos postos no futuro. O abanão foi tal que deve durar para sempre pelo menos enquanto me lembrar do perigo de ponderar sequer fazer as escolhas erradas.
Respiro de alívio. Agora está tudo em seu lugar. De onde nunca deveria ter saído. Meti os pontos nos i's e não há retorno. Deitar-me-ei em paz, com o espírito livre de pesos indesejáveis e impossíveis de carregar. Amanhã vou acordar e, embora a consciência saiba também da mais ténue intenção, eu vou poder sempre retaliar "De(boas, ou más) intenções está o inferno cheio", "Eu fiz o que era certo, e tu sabes!".
Fim de capítulo. Não, fim da história.
Cafezinha
Se achas que o que fizeste estava certo não ligues para a consciência por mais que ela queira falar contigo!
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