quarta-feira, 29 de maio de 2013

Ela é a melhor pessoa que pude conhecer

Ontem foi o pior dia da minha vida. Ontem percebi pela primeira vez o que é ter medo de perder alguém que nos é próximo. Eram sete e meia quando a minha avó ligou a dizer que precisava de ajuda, pois tinha caído. Voámos para lá e o cenário que encontrámos não podia ser mais assustador. A minha avó caída no chão, um mar de sangue à volta da cabeça, a cara toda inchada...  Foram momentos de agonia e espera, os seguintes. Valeu ela estar sempre lúcida e a falar connosco. Ao fim de seis horas regressámos a casa, com ela, meio dorida e animada. Não passou tudo de um grande susto, graças a Deus.

Eu, que tentei ser forte durante todo o tempo, quando a deixei deitada e em segurança, vim para casa lavada em lágrimas. Chorei horas a fio... Pela primeira vez na vida me vi a pensar na morte da minha avó como uma coisa real e o que senti foi indescritível de mau... Foi avassalador. Faltou-me o ar, de medo. Pensei no quão ocupada tenho andado e no tão pouco tempo que lhe tenho dispensado, pensei na egoísta e egocêntrica que tenho sido... Senti-me mal, culpada. Ela é a melhor pessoa que pude conhecer...

Hoje foi um dia de ressaca. Depois de uma noite passada praticamente em claro, na qual as imagens se repetiam consecutivamente, o dia foi duro e com uma necessidade instrínseca de falar do que aconteceu. Senti-me como se um camião me tivesse passado por cima. Ainda não tenho as ideias no lugar, o medo não desapareceu... Resta-me saber que ela está bem.

Cafezinha

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