Podia vir aqui escrever que o dia afinal não tinha sido assim tão ao lado... Fui ao ginásio ( e desconfio que amanhã não mexo um fio de cabelo sem berrar os sete berrados, com as dores que vão percorrer este corpo preguiçoso), trabalhei o santo dia (como há mais de um mês não trabalhava, e agora vai continuar serão a dentro) e até estou animada (ou estava... e passo a falar sobre o que me trouxe agora aqui).
Pergunto-me, antes de mais, até que ponto podemos ou devemos nós, amigas, meter-nos na vida uma das outras? Até que ponto as opções de outra pessoa (neste caso amorosas) que consideramos grande amiga, nos devem deixar tristes e desiludidas? Até que ponto devemos dar conselhos e tentar evitar algo que acreditamos ser mesmo, mesmo errado?
Pois é, hoje recebi um email (o que já de si me pareceu uma certa "cobardia") a contar algo que já esperava há muito, de uma amiga. Voltou para o ex-namorado.
Até aqui, tudo bem! O lado mau disto tudo começa quando esta mesma amiga disse e REdisse, para quem quisesse ouvir, (e eram sentimentos verdadeiros, que eu presenciei tudinho), que não tinham nada a ver, que ele não era homem para ela, que tinham objectivos diferentes, que eram pessoas com gostos diferentes em tudo, que não se via a ter a vida que ele queria, que era tudo mau (e quando digo tudo, era mesmo tudo... deixo à vossa imaginação).
Pois bem que, esta amiga mudou de cidade, começou (na minha opinião) a ter uma vida "nova" e lembrou-se de voltar ao "prato onde literalmente cuspiu".
Esta notícia deixou-me totalmente sem palavras - e eu que até me considero uma pessoa que fala demais, que tem sempre algo a acrescentar fiquei assim... embatocada! Consegui apenas responder-lhe um pequeno "Tu é que sabes!"
Para além da história, onde ela se diz (re)apaixonada, e que a meu ver é meio "entristecedora", vem a sensação da desilusão. O sentimento de que terminada a Universidade, começa realmente a ir cada um à sua vida. Em tempos idos era impossível guardar um segredo destes três horas, quanto mais três meses... As pessoas mudam, a distância aumenta e, quer queiramos, quer não, a nossa opinão deixa de fazer tanta falta, deixa de ser levada em conta como outrora foi. Deixamos de ser as confidentes de todas as horas... Confesso, nem sei se isto me magoa mais pela situação em si (que vejo completamente descabida) ou se pelo facto dela não ter contado nada antes.
O J., é tão cru e directo, é tão simples, é tão ele... Disse-me apenas: não te metas, continua com a tua vida. Ele tem tanta razão.
Cafezinha