Hoje coube-me a mim. A minha Avó está velhinha. Velhinha e doente. Tem parkinson.
Coube-me a mim levá-la à fisioterapia. Todos os gestos e movimentos são realizados com dificuldade, uma dificuldade que cresce de dia para dia, a olhos vistos. Nunca teve doença nenhuma e então, todos estranhamos mais vê-la assim. Ela estranha e isso entristece-a. E não posso viver com o peso da tristeza dela. É egoísta? Penso que não. É uma preocupação sempre presente. "Avó, está bem?", ligamos vezes e vezes sem conta a perguntar. Tentamos facilitar tudo, tudo, tudo. Tentamos chegar até onde a criatividade nos permite, para minimizar a dor, para atenuar o esforço, para a fazermos sentir bem.
Cheguei a casa lavada em lágrimas. Tudo piora depressa demais. São vinte minutos ou mais para percorrer qualquer caminho que se faria em menos de um. É um teste à paciência (que nem sempre temos pelos mais variados motivos... e depois é um sentimento de culpa que nos assombra por não termos sido suficientemente compreensivos). É um tentar brincar com as coisas menos boas e ficar feliz por ainda vermos um sorriso. É um não dar parte fraca constante quando por dentro estamos arruinados com o que vemos. É vermos que a vida pode estar perto do fim e isso custa como nada custou até hoje...
Cuidado significa atenção, precaução, cautela, dedicação, carinho, encargo e responsabilidade.
É isto... é isto que tentamos fazer a cada dia. Cuidar dela. É isto a que cada um se compromete, da forma que sabe, para conseguir que ela se sinta um pouco melhor, na sua desmotivação, na sua impaciência, na sua frustração.
A minha Avó é a melhor pessoa do mundo.
Ter alguem próximo com esse tipo de doença é complicado! Só posso desejar força para a ajudar e as melhoras para ela!
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